quarta-feira, 17 de setembro de 2014 1 comentários

Mudanças, sabores e amores




Então lá estava ela, deitada debaixo da janela observando o luar, ou o luar a observando? Era um daqueles momentos que a gente fica meio absorto nos nossos próprios pensamentos, meio encarando a vida, meio deixando ela nos encarar.
Nesse momento ela pensava sobre a reviravolta que sua vida dera no último ano, em todos os sentidos. Ela observou o quanto amadureceu e percebeu a necessidade de ter cicatrizes na alma para enfrentar desafios maiores, ela conversava com as estrelas que lhe devolviam o seu brilho como resposta, como que felicitando-a pelas mudanças ocorridas.
Os pensamentos correram para o coração, analisando ali também uma mudança, mudança essa que aconteceu repentina, sútil e imperceptível até o momento que foi descoberta. O coração que ali havia se protegido por muros até então intransponíveis fora não conquistado, pois não houve batalha, não roubado porque não se pode roubar o que já se tem de bom grado, talvez possamos apenas dizer que ele fora entregue ao verdadeiro dono de suas emoções, e os tais muros intransponíveis? Esses nem se deram ao trabalho de emitir qualquer ruído na queda, era apenas como se nunca estivessem estado ali.
Ela suspirou, abriu um sorriso e deixou o vento lhe acariciar o rosto, bagunçando seus cabelos e então pensou na tamanha sorte que lhe sorria, compreendeu por um minuto que a vida lhe havia reservado o melhor sabor de algum universo paralelo, daqueles que a gente não poderia sonhar ou mesmo criar, daqueles que são como nosso último pedacinho do chocolate de uma edição limitada e que sabemos que nunca mais vamos encontrar e por isso vamos saboreando devagarinho cada segundo dessa raridade.
A vida nos empresta sabores em forma de amores, há aqueles mais amargos, outros mais doces, e há aqueles que tem sabor único e que não se passar por ela sem prová-los.
 
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