quinta-feira, 1 de junho de 2017

Doença de Plummer, iodoterapia e o mistério

Okay, o título é meio estranho, mas já que a ideia inicial era montar um blog e pra quem (eu) nunca pensou em ter um, eu já tenho 1 e contribuo em outro então, sem mais blogs por favor rsrsrs
O que eu sei:
Doença de plummer ocorre quando há um nódulo “quente” na tireoide – e daí? – e daí que esse nódulo começa a produzir hormônio e isso causa hipertireoidismo – yaaaaayyyyyy eu vou emagrecer! É o que de cara as pessoas pensam, mas não seria uma doença se fosse feita de coisas boas né? Rsrsrs
Então, o que isso tem a ver com o blog, é porque o blog tem a ver comigo e eu fui diagnosticada com essa coisinha aí e eu, apesar de levar numa boa, não quero ficar falando sobre meus medos com todo mundo, ou pelo menos com todo mundo que não tem e/ou não compreende esses sentimentos totalmente contraditórios que descobrir algo errado com você mesmo causa.
Sobre o diagnóstico:
Em setembro de 2016 estava lá eu de boa fazendo exames para outra coisa nada a ver com a tireoide e ba dum tss! Meu TSH (palavrinha bem conhecida para quem lida com a tireoide) deu alteração, 0,18 para ser exata enquanto o mínimo aceitável é 0,35 (no laboratório em que fiz) e lá fui eu correr para a endocrinologista – mentira demorei uns 4 meses para ir, afinal hipertireoidismo não é grave né? – chegando lá ela perguntou um monte de coisas e passou mais exames de sangue, dessa vez TSH / T3 / T4/ TRAB / ANTI TPO – não sabia nem que existia tudo isso rsrsrsrs, resultados em mãos em janeiro de 2017, antes de viajar de férias, TSH 0,13 e outros hormônios sem alteração.
Resultado: Fui viajar e esperei mais dois meses para voltar com mais exames dos mesmos TSH e tralalá, na viagem ás vezes senti um batimento cardíaco mais forte, mas estava numa cidade mais alta, deve ser isso, a resistência física era pouca, mas estou ficando mais velha e sedentária, também deve ser isso. Mas voltemos ao exame, em Março/2017 TSH 0,12 e outros exames sem alteração importante.
Médica para Joyce: Você teve algum sangramento intenso? Teve aborto? Bateu a cabeça com força?
Joyce de olhos esbugalhados: Não que eu saiba! Mas aqui está uma PAAF – é eu tenho um nódulo que você nunca perguntou e eu também não mencionei – e diz que meu nódulo na tireoide é benigno.
Médica: Okay, bom, nós vamos fazer mais alguns exames para analisar seu nódulo e se não for ele pode ser algo central – ênfase no bater dos dedos na cabeça, eu quase morri.
Joyce: Central?
Médica: Sim, mas não é nada que não devamos nos preocupar agora, vamos primeiro fazer um último exame para descartar a possibilidade.
Ou seja, em Abril/2017 fiz uma cintilografia da tireoide que me resultou em Doença de Plummer – nódulo quente.
Resultado na mão, voltei à endocrinologista e além de confirmar o diagnóstico ela me passou a iodoterapia.
Okay, vamos lá. Até então eu estava tranquila com a questão do hipertireoidismo, estava tranquila em ter um nódulo hemorrágico na minha garganta, estava tranquila. Mas iodoterapia, tratamento que vai transformar meu hipertireoidismo em hipotireoidismo? Mais me pareceu a escolha de sofia – apesar de eu não ter terminado de ler o livro – mas trocar uma doença por outra só porque a outra é mais fácil de tratar.
Imagine você que em 8 meses, você estava lá, linda, feliz, maravilhosa, feliz e de repente pá: uma doença que tecnicamente não tem cura, a não ser trocá-la por outra que pode trazer vários problemas também.
Confesso que gosto muito da minha médica, mas fui em outro para poder confirmar diagnóstico e tratamento e que só reafirmou tudo o que a médica anterior disse.
Fazer ou não fazer a iodoterapia?
O médico praticamente me disse: ou você faz agora enquanto ainda está tudo tranquilo, ou você faz depois quando já não estiver tão bem com os sintomas, mas você terá de fazer, tudo é questão de tempo.
Não há palavras, simplesmente não há, para dizer sobre a vontade de chorar que me deu, pode parecer besteira e provavelmente para a maioria das pessoas será mesmo, mas saber-se doente e ter que escolher entre uma ou outra foi uma coisa muito triste para mim.
Chorei vários dias escondidas, tive alguns ataques de irritabilidade – me perdoem as pessoas que tiveram que lidar com isso – coloquei um sorriso no rosto para fingir serenidade.
Por fim resolvi, farei a iodoterapia no dia 14/06/2017. Não sei ao certo o que esperar, já tive medo de perder os cabelos, já tive medo de engordar 20 kg num mês, já tive medo de ter crise de depressão, já tive medos e quem não passou por isso talvez nunca entenda como é sentir tudo isso ao mesmo tempo que você tenta ser forte, ao mesmo tempo que você decide que será forte, mas tem medo de tudo, de demonstrar o medo, de sentir o medo e do medo se concretizar.
Mas resolvi ser forte, resolvi que vou dar a volta por cima e vou fazer o meu melhor para lidar com o que aparecer pela frente, eu sempre disse que felicidade é algo conquistado todos os dias e é isso que farei, existe muito mais motivos para que eu possa abrir meu sorriso do que motivos para que eu caia no choro, e se uma doença acha que pode me derrubar, challenge accepted!

Caso alguém entre e tenha necessidade de falar sobre – porque eu procurei muitas pessoas com essa doença, encontrei muitas pessoas com hipertireoidismo, mas ninguém que tivesse a doença de Plummer propriamente dita – sinta-se a vontade, puxe uma cadeira e vamos conversar!

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