quinta-feira, 31 de março de 2016

Dos limites que cruzamos



Era mais um dia qualquer de trabalho, mais um cansativo dia de trabalho, que triste não é mesmo? Ainda mais para ela que sempre respondia ‘mais um dia produtivo de trabalho’.
 Quando ela perdeu aquela felicidade ao acordar cedo e cruzar a cidade para chegar à sua mesa? A mesa era um pouco bagunçada – precisamos ser sinceras – mas com suas coisinhas no lugar, suas atividades no post-it virtual e outras em uma planilha de Excel, sempre bom para não esquecer, certo?
Ela é assim, uma otimista por natureza – ok, utópica é uma palavra muitas vezes ligada ao nome dela – daquelas que você sempre via com um sorriso no rosto, um brilho determinado nos olhos e um pensamento lá na frente, tentando mudar o mundo e descobrindo como começar a sua mudança pelo reflexo no espelho.
Vários são os adjetivos carinhosos e brincalhões ao seu respeito, mas o assunto aqui não é esse, o assunto aqui é aquela parte do tripé que mantêm a nossa independência financeira e é parte importante para realização de sonhos, afinal, para ser mais saudável é assim que ela definia trabalho.
Há quase três anos na mesma empresa, amando o trabalho que executa, mas perdendo o brilho nos olhos e lembra-se do sorriso no rosto? Ele também já não é mais o mesmo.
 Você poderia se perguntar: Será que a rotina que tirou o seu entusiasmo?
Não meu amigo, a rotina pode sim desanimar um pouco, mas ela diria que depende de você criar coisas novas para se manter animado e engajado em outros projetos, a sua carreira depende mais de você do que da empresa, falei que ela era do tipo sonhadora...
Foi outro tipo de rotina, a rotina das grosserias, dos choros incontidos quando as pessoas saíam do escritório, das palavras de baixo calão, da falta de empatia, da falta de amor pelo trabalho, de todas essas coisas que fizeram uma das pessoas se ajoelhar frente ao todos de seu departamento e agradecer quando uma nova oportunidade lhe apareceu.
Todos nós devemos saber que desafios e obstáculos são o que nos fazem crescer, é preciso cicatrizes e repertório para termos experiência suficiente para encarar novos projetos, novos cargos e novas empresas, mas devemos lembrar que para tudo na nossa vida existe um limite, uma linha invisível que separa o que é ou não aceitável para cada um de nós. Porque quando cruzamos essa linha, os efeitos são altamente nocivos à nossa realidade, e quando chegamos nesse ponto precisamos mudar! Quer seja o lugar que estamos, as pessoas que convivemos, nossas crenças e valores ou as nossas atitudes.
O importante é ter coragem suficiente para sair da zona de conforto e navegar em novos mares, porque afinal como a garota do texto disse:
- Eu percebi que já está na hora de partir, algumas vezes na vida dói você ir embora, deixar para trás sonhos que outrora foram construídos, mas mesmo assim dói menos do que tentar a todo custo permanecer. E a verdade é que tudo que faço na vida, eu faço com o coração e eu sei que quando meu coração desliga o interruptor já não há mais voltas, mais desculpas, mais mas.

Que a vida nos dê sabedoria suficiente para entender quais ações devemos tomar quando atravessarmos os nossos limites e amor o suficiente para que nossos corações nunca delisguem os interruptores.

1 comentários:

Rodolpho Padovani disse...

Mais do que tudo as mudanças requerem coragem, coragem para deixar de ser o que é, para trocar o conhecido por algo novo, para experimentar e é essa coragem que, às vezes, se torna o passo mais difícil de dar/encontrar.
Dizem que toda jornada começa no primeiro passo, eu ouso dizer que toda corrida se vence quando se cruza a linha de chegada, pois a linha é o limite, então precisamos cruzá-la, precisamos vencer nossas pequenas corridas durante a vida e para isso precisamos mudar, amadurecer, entender o que, de fato, depende de nós e o que é apenas lutas vãs.
Que seu otimismo utópico nunca te abandone, falo como alguém que deixou o seu morrer aos poucos, que sorriso permaneça ainda que surrado, que a coragem se mostre quando você mais precisar e que você vença, qualquer corrida que se propor a fazer.

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